2007-11-30

O Software e a globalização

Vivemos num mundo cada vez mais "globalizado", onde há cada vez mais contacto entre diferentes culturas e povos, onde as fronteiras físicas têm cada vez menos importância (pelo menos nalgumas zonas do globo).

Algumas pessoas, quiçá descendentes do famoso "Velho do Restelo" tão bem retratado n' Os Lusíadas, afirmam aos quatro ventos que se está a perder a nossa cultura, que se importam demasiados hábitos do estrangeiro em especial dos países anglófonos, que qualquer dia já ninguém fala português, etc e tal...

Aqui há dias vi num fórum um "argumento" comercial para a não existência de software em português... ao autor do post recomendo passar pelo site do projecto Debian e pelo site da Comunidade Portuguesa de Debian para ver como se pode ter software de qualidade, em português (e, já agora, na língua que se queira) e a baixo custo...




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2007-11-13

Partições de Dados

As Bases de Dados são, essencialmente, repositórios de informação. Com o passar do tempo, a quantidade de dados a gerir aumenta,assim como a difculdade em geri-los bem.
Para ajudar os DBAs nesta tarefa surgiu o conceito de partição da Base de Dados.

Uma partição, numa Base de Dados, serve três propósitos: facilidade de gestão dos dados, disponibilidade, performance. Dos diversos sistemas de gestão de bases de dados disponíveis no mercado, existem alguns que implementam este conceito, nomeadamente os comerciais IBM DB2, Oracle, MS SQL Server 2005 e os livres MySQL 5.2 e PostgreSQL 8.

Os benefícios de particionar os dados revelam-se quando temos um grande conjunto de dados e facilmente encontramos um parâmetro que define um sub-conjunto desses dados, distinto dos restantes, o qual nos é útil para fazermos as nossas consultas. Um exemplo comum são dados históricos, e.g., dados de anos anteriores que são menos consultados, ou então dados referentes a áreas geográficas diversas.

Com as potencialidades dos SGBD aqui apresentados, torna-se relativamente simples implementar um esquema de "rotação" dos dados, que coloque os mais antigos e menos usados em partições diferentes.

Vamos supor que temos um sistema de facturação no qual vamos guardando os movimentos diários. Ao fim de um certo tempo, temos um conjunto de dados que já não é actual mas que ainda tem valor histórico. Se, em vez de guardar tudo numa tabela, criarmos uma tabela particionada em função do tempo, podemos ir movendo os dados mais antigos para as partições correspondentes e evitamos que interfiram com a operação diária da Base de Dados.

2007-11-07

Quero ser programador quando for grande...

... mas não um programador qualquer !

Quero fazer como vi hoje: Por um trabalho que consistiu em acrescentar um botão a um formulário, num programa já muito desenvolvido, um programador teve a coragem de apresentar uma factura de 7 horas de trabalho !!

O complicadíssimo evento despoletado por esse botão, que deve concerteza justificar tal quantidade de horas despendidas com este "projecto", é o seguinte, em todo o seu detalhe:

  • Ligar-se a uma Base de Dados ;
  • "SELECT * FROM tabela" ;
  • Preenche uma grelha (controlo já existente previamente no tal programa) com os dados recolhidos ;
  • "DELETE FROM tabela" ;
  • Desligar da Base de Dados ;

E pronto... 7 horas de "sangue, suor e lágrimas" despendidas por um afincado programador, com a respectiva compensação...

Ah... ainda bem que não foi este programador que desenvolveu o resto do programa... o cliente era capaz de pedir a reforma à espera do resultado final...

2007-11-01

Propriedade Intelectual

Como não sou advogado, nem nunca tive formação em Direito, resta-me apenas dizer o que penso (pela chamada lógica do senso-comum) sobre este tema:

Propriedade Intelectual engloba Copyright, Patentes, Marcas e agora parece que também querem por os sistemas de DRM no saco.

O Copyright, que devia proteger os autores de obras artísticas (ou equivalentes, tais como livros, música, programas de software) é neste momento uma exelente fonte de rendimento para os intermediários dessas mesmas obras (editoras de música, distribuidoras de filmes...). Portanto, devia ser profundamente revista toda esta legislação para defender quem precisa e deixar de proteger quem abusa. Para cúmulo desta situação, podem comprar e vender-se os "direitos de autor" de tal modo que muitas vezes (senão todas) o verdadeiro autor da obra nunca tirará benefícios da sua obra, protegida pela "legislação de direitos de autor". Numa palavra: ridículo.

As patentes destinavam-se, originalmente, a proteger produtos inovadores de possíveis cópias, por um tempo pré-determinado. Aplicar este conceito a programas de computador (software) é como patentear ideias: por exemplo, se eu tivesse a ideia para criar um chapéu, e patenteasse essa ideia, mas ninguém poderia fazer chapéus sob que forma fosse. Além de ridícula, esta situação estagna o desenvolvimento, pois ao patentear ideias proíbe-se de facto o uso dessas ideias por alguém que não seja o dono da patente, ou quem a licencie. Quem ganha com esta situação ? As grandes empresas que podem assim impedir a criação de produtos concorrentes, fortalecendo os seus monopólios. A legislação das patentes é de tal modo absurda que existem empresas nos Estados Unidos (onde o absurdo é maior) cuja actividade se resume a comprar e vender patentes... Mais uma vez: as patentes deviam aplicar-se apenas a "Produtos físicos" e nunca a ideias. Numa palavra: ridículo.

O registo de marcas parece ser a área de propriedade intelectual onde há menos polémica. Penso que seja porque os proprietários das marcas não gostam de má publicidade...

O DRM: O maior absurdo inventado para tentar ganhar dinheiro. Parece que os defensores dos sistemas de DRM (nomeadamente as editoras e distribuidoras de grandes dimensões) já não conseguem atrair mais talentos para as respectivas carteiras de artistas, portanto inventaram um esquema onde acham que podem dizer a quem lhes paga o salário e lhes fornece os lucros o que podem ouvir ou ver, quando o podem fazer, onde o podem fazer e, se quiserem, revogar esse "direito" que o consumidor tem de usufruir daquilo que pagou. Enfim, ou está tudo doido ou perto disso. Se se aplicasse um sistema de DRM aos livros e jornais poderíamos ter uma cena do tipo:
Cliente: Quero levar este livro.
Livreiro: Com certeza, mas só o pode ler ao deitar, entre as 23h e 23h30m, iluminado por uma lâmpada da marca X. Se não seguir estas instruções é-lhe retirado o livro.
Cliente: Mas eu queria leva-lo para as férias....
Livreiro: Para isso tem que adquirir outro exemplar, que poderá ler no carro ou na sua casa de férias, mas terá que o manter fechado fora dessas localizações...

Numa palavra: Ridículo.

Não revejam esta legislação e depois digam que eu não avisei... qualquer dia o pessoal chateia-se a sério...

Fiquem bem...